Ninguém é obrigado a fazer faculdade, casar, ter filhos, ter netos… Esse é apenas um padrão que a sociedade criou que seria dita como “normal”. Se alguém sair fora desse padrão, é julgada, criticada, estranha, anormal… há algum problema com essa pessoa. E não percebem que, muitas vezes, é essa pessoa que irá mudar o mundo ou o ambiente em que vive.
 
O que o ser humano mais quer num grupo de pessoas — família, escola, clube, time, amigos, sociedade… é ser aceito por todos. Ser aceito implica em seguir as regras desse grupo, pensar, sentir e se comportar da mesma maneira. Se alguém fizer algo diferente, inédito, inusitado… os outros começam a rejeitá-lo, excluí-lo, ignorá-lo… então, muitas vezes, somos obrigados a seguir certos padrões e irmos contra os nossos princípios e valores, com a finalidade de termos o que mais queremos — ser aceito, amado e respeitado.
 
No entanto, não precisamos entrar num grupo ou conviver com as pessoas para termos esses sentimentos vindo delas. O correto e o ideal é nós mesmos nos amarmos, nos aceitarmos, nos respeitarmos. Assim, não precisamos do reconhecimento, do amor e da opinião dos outros. Através do autoconhecimento identificamos nossas qualidades, defeitos, fraquezas, potencialidades, valores, talentos… definimos os que somos, o que pensamos a nosso respeito, o que acreditamos, o que temos como verdade… daí, se os outros nos aceitarem do jeito como somos, ok. Caso contrário, dizemos adeus e partimos para um grupo que tenhamos afinidade real.
 
Cada pessoa que conhecemos tem um propósito em nossa vida. Cada uma delas é um professor ou uma professora. Eles vieram nos ensinar algo importante de que precisamos. Uns se tornam amigos, clientes, chefes, outros, vizinhos, namorados, parentes, pais, irmãos, filhos…
 
O problema é quando você se deixa ser enganado pelo ego e quer ter um tipo de relacionamento na qual não é esse o propósito de ambos estarem juntos. Você tenta, se esforça, visualiza, sonha… mas não flui harmoniosamente… parece que há algo invisível ou imperceptível que bloqueia a relação… Às vezes, o propósito da relação não é ser esposa ou marido de alguém, mas serem parceiros num negócio ou apenas amigos. Enquanto você não descobrir, entender e viver qual é o propósito principal do relacionamento com cada pessoa que você convive, as coisas não darão muito certo. É se direcionar para o caminho errado. Contudo, para chegar a esse ponto, é preciso muito estudo, reflexão, meditação…
 
Mas uma coisa é certa: sempre que cumprimos o propósito com tal pessoa, automaticamente nos afastamos dela ou ela se afasta de nós. É como se ambos já tivessem vivido tudo o que tinham para viver juntos e não há mais nada a fazer, não há mais interesse de ambas as partes, não há mais aprendizados em conjunto. É preciso estar atento quando chegar a esse ponto e não forçar a barra só porque estão juntos há muitos anos. Caso contrário, começará a surgir atritos e desentendimentos nessa relação. É o Universo lhes dizendo que ambos não pertencem mais a esse lugar, nem estar ao lado dessa pessoa. Já resolveram o que vieram resolver nesta vida e, assim, ocorre o afastamento temporário ou permanente de forma natural e pacífica.