O Refúgio da Criança Silenciada

A neurose nasce do medo e cresce na tentativa constante de fugir da dor. É o abrigo que a alma constrói quando não suporta mais encarar o real. Dentro dela, habita a criança que um dia sonhou e foi silenciada, que aprendeu a transformar a falta em fantasia para continuar existindo.

A fantasia reprimida torna-se um refúgio doce, uma anestesia que acalma por instantes, mas aprisiona lentamente. O adulto, então, vive dividido: parte de si deseja viver, outra parte se esconde no que poderia ter sido.

O sonho protege, mas também aprisiona. E só quando há coragem de olhar para dentro — com ternura e sem medo da própria sombra — é que a ilusão se desfaz, a criança se acalma e a alma, enfim, desperta para a verdade de si mesma.

Paula Teshima

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