O Labirinto do Superego

Toda criança precisa de limites
Como cercas suaves que a guiam
Para distinguir o certo do errado
Para caminhar no mundo sem se perder.
Mas quando os pais são ausentes
Negligentes ou indiferentes
O cuidado que deveria acalmar
Se transforma em vazio silencioso.
Então nasce um superego feroz
Uma sentinela implacável dentro da alma
Que vigia cada pensamento
Que pune cada desejo
Que constrói muralhas de medo e culpa.
A rigidez extrema sufoca
E a escassez de afeto endurece
Ambas criam monstros internos
Que limitam, castigam e aprisionam.
E assim, a criança aprende sozinha
A sobreviver num mundo duro
Carregando dentro de si
Um juiz severo
Que nunca descansa
Que nunca perdoa.
Mas mesmo nas sombras do superego
Há a possibilidade de encontro
De olhar para si com compaixão
E aprender que limites saudáveis
São escudos, não grilhões.
Paula Teshima