Há uma dor silenciosa
que nasce quando o amor e o ódio se confundem.

A intensidade da autocondenação,
da autocrítica e da autopunição
é a mesma força
com que, um dia, quisemos ferir o outro.

Na neurose obsessiva e na melancolia,
o golpe que não pôde ser dado para fora
retorna e fere o próprio coração.

O sujeito se torna carrasco de si mesmo,
punindo-se por sentimentos que não ousou reconhecer.

E o que parece culpa,
é apenas o desejo aprisionado,
implorando por perdão,
por acolhimento,
por libertação.

Paula Teshima