Pressione ESC para fechar

Psicanálise

O Desapego da Vingança: Quando Não Agir é a Maior Sabedoria

Paula Teshima 0 5

Existe uma profunda verdade espiritual que muitas tradições milenares compartilham: não precisamos nos vingar daqueles que nos direcionam energias negativas. A inveja, a maldade ou o olhar destrutivo do outro são questões que pertencem exclusivamente a quem as emite. Quando compreendemos isso, libertamo-nos de um fardo que nunca foi nosso para carregar. A psicanálise nos ensina que a projeção é um mecanismo de defesa pelo qual atribuímos aos outros aquilo que não conseguimos reconhecer em nós mesmos. Quando alguém nos ataca sem motivo aparente, frequentemente está lidando com seus próprios conflitos internos. Ao retribuirmos com vingança ou agressividade, não apenas…

Continue lendo

Quando o Neurótico Esquece Que Veio à Terra Para Ser Humano

Paula Teshima 0 7

O neurótico carrega dentro de si uma crença profunda e dolorosa: a de que é possível ser perfeito, correto, impecável enquanto caminha sobre a Terra. Ele persegue essa imagem idealizada com toda sua força, sem perceber que está lutando contra a própria natureza da existência terrena. E nessa luta impossível, adoece. Quando nascemos, chegamos completamente conectados ao plano espiritual de onde viemos. Somos pura essência, desintegrados da matéria. Mas estamos aqui justamente para viver a experiência material, e isso exige que integremos essa dimensão densa em nosso ser. É como se precisássemos descer do céu e pisar na terra, sentir…

Continue lendo

Viver Entre Dois Mundos

Paula Teshima 0 9

Muitas vezes, observamos certos comportamentos que parecem estranhos ou até desconexos, mas que revelam uma dimensão mais profunda da existência. Um exemplo notável são os bebês. Eles frequentemente parecem “aéreos”, desligados do mundo ao seu redor, demorando a atender o chamado de seus pais. Esse atraso, que poderia ser interpretado como desatenção, na verdade reflete um estado de conexão intensa com o plano espiritual. Enquanto o corpo está no mundo físico, a mente do bebê ainda se encontra em uma esfera mais sutil, absorvendo impressões e percepções que não se limitam à experiência concreta. O mesmo fenômeno pode ser observado…

Continue lendo

Os Atalhos do Inconsciente: Como a Repressão Guia Nossas Escolhas

Paula Teshima 0 20

Muitos indivíduos, especialmente aqueles com tendências neuróticas, encontram-se diante de desejos e impulsos que não conseguem vivenciar plenamente. Esses impulsos, muitas vezes reprimidos desde a infância, permanecem escondidos no inconsciente, influenciando silenciosamente seus comportamentos, suas escolhas e emoções. Diante dessa situação, o sujeito neurótico pode sentir uma forte tentação de ultrapassar certos limites ou de experimentar pequenas “transgressões”. Essas ações não são necessariamente uma busca consciente por prazer ou rebeldia; elas funcionam como uma espécie de válvula de escape para aquilo que o indivíduo sente, mas não se permite expressar. A transgressão, mesmo que mínima ou simbólica, oferece uma sensação…

Continue lendo

Integrar a Sabedoria Moderna com a Ancestral

Paula Teshima 0 13

Desde o nascimento, o ser humano carrega consigo uma profunda conexão com o mundo espiritual. Durante a fase de bebê e a infância, essa proximidade é mais intensa, pois a criança acabou de chegar desse plano sutil e ainda mantém memórias e percepções ligadas à essência de onde veio. No entanto, a vida na Terra exige adaptação: regras, limitações, desafios e frustrações formam o ambiente material que a criança precisa aprender a habitar. Esse processo de aterramento, ou de integração ao mundo físico, nem sempre ocorre de maneira harmoniosa. Quando a criança nasce em um lar disfuncional, onde o afeto…

Continue lendo

Perfeição e Reconhecimento: A Ilusão que Nos Prende

Paula Teshima 0 20

Grande parte das pessoas vive submersa em um esforço constante para se adaptar às normas e exigências sociais, muitas vezes sem questionar se tais regras realmente fazem sentido ou se refletem seus próprios valores. Essa submissão não é, na maioria das vezes, fruto de reflexão crítica ou de uma escolha racional consciente. Ao contrário, ela emerge de um impulso mais profundo, enraizado no narcisismo primário: o desejo intenso de se perceber como perfeito, correto e irrepreensível aos olhos dos outros. Trata-se de uma tentativa de recuperar uma sensação de completude e valorização que, muitas vezes, não foi plenamente experimentada durante…

Continue lendo

O Preço de Ignorar a Realidade

Paula Teshima 0 15

Reprimir é uma estratégia que muitas pessoas utilizam, muitas vezes sem perceber, para lidar com os problemas que enfrentam — tanto os internos quanto os externos. Trata-se de uma tentativa de escapar de situações desconfortáveis ou de emoções dolorosas, escondendo-as da consciência. Em vez de encarar a realidade de frente, com coragem e reflexão, algumas pessoas optam por ignorar o que as incomoda, fingindo que os problemas simplesmente não existem. A princípio, isso pode parecer uma solução simples, uma forma de alívio momentâneo, mas a verdade é que a repressão raramente resolve alguma coisa de forma definitiva. Quando uma pessoa…

Continue lendo

O Custo do Ideal Inatingível

Paula Teshima 0 19

Quando uma pessoa mantém uma imagem idealizada de si mesma elevada, frequentemente enfrenta um enorme desafio interno: equilibrar essa imagem com suas necessidades, desejos e impulsos. O ideal que ela construiu funciona como um padrão rígido, quase inatingível, e qualquer falha, qualquer desvio, é percebido como ameaça à sua integridade. Essa visão idealizada é reforçada por um superego severo, que atua como juiz interno, regulando comportamentos, pensamentos e sentimentos, e impondo limites extremamente rígidos. O superego rigoroso impede que a pessoa explore suas emoções e impulsos de forma consciente e saudável. Em vez de refletir sobre seus desejos ou frustrações,…

Continue lendo

O Narcisismo Que Abraça a Alma

Paula Teshima 0 22

Amar a si mesmo é um caminho delicado, e nem sempre é o que parece. O narcisismo, muitas vezes, se disfarça de amor próprio, mas, na verdade, é amor pela imagem que projetamos ao mundo. O sujeito narcisista se encanta com o reflexo que acredita ser, e teme qualquer sombra que possa distorcer essa imagem. Cada falha, cada erro, cada fragilidade surge como uma ameaça, uma mancha que não deveria existir. Ele observa a própria vida através de um espelho polido, onde só cabem triunfos, virtudes, qualidades — tudo que confirma a grandiosidade de sua persona. Mas a vida, por…

Continue lendo

Ganhamos Consciência, Mas Perdemos o Paraíso

Paula Teshima 0 26

Antes de nascer, o bebê vive um estado de quietude profunda. No útero, ele dorme, conectado a uma realidade mais sutil, um espaço onde tudo é livre, ilimitado, infinito. Ao nascer, o sono continua sendo predominante: a criança ainda precisa de tempo para se adaptar à vigília, ao mundo físico. Aos poucos, ela desperta, torna-se mais presente, mais atenta à vida ao redor. Esse processo revela algo essencial: estar desperto é estranho para nós, pois viemos de outro lugar, de outro plano. Ganhar consciência significa conquistar o mundo físico, mas também deixar para trás um paraíso de liberdade absoluta. Para…

Continue lendo