O Desafio da Auto-Reflexão Nos Jovens
Vivemos em uma era marcada por conexões incessantes. Desde que nasceram, os jovens do século XXI estão imersos em um fluxo constante de informações, redes sociais, notificações e imagens que disputam sua atenção. O mundo externo se apresenta de forma tão intensa e imediata que pouco espaço sobra para o que realmente acontece dentro deles. A capacidade de olhar para si mesmos, de ouvir seus próprios pensamentos, sentimentos…
O Labirinto do Superego
Toda criança precisa de limites Como cercas suaves que a guiam Para distinguir o certo do errado Para caminhar no mundo sem se perder. Mas quando os pais são ausentes Negligentes ou indiferentes O cuidado que deveria acalmar Se transforma em vazio silencioso. Então nasce um superego feroz Uma sentinela implacável dentro da alma Que vigia cada pensamento Que pune cada desejo Que constrói muralhas de medo e…
O Barulho Que Cala o Inconsciente
O obsessivo carrega dentro de si um medo antigo: o medo de relaxar, de soltar o corpo, de deixar o inconsciente respirar. Ele teme o vazio, pois sabe que, no silêncio, os desejos escondidos começam a sussurrar. Então, mantém-se ocupado, sempre em movimento, como se a pressa pudesse calar o que sente. Cada tarefa é uma muralha, cada obrigação, um disfarce. Trabalha, planeja, organiza, não por amor à…
Quando a Alma Se Perde Entre Fantasias e Sintomas
A neurose nos coloca diante de um dos paradoxos mais dolorosos da existência humana: o desperdício da nossa força vital em ciclos que não nos alimentam. É como se a pessoa estivesse constantemente correndo em uma esteira, gastando toda sua energia, mas sem sair do lugar. E o mais cruel é que essa corrida acontece simultaneamente em dois planos: no mundo externo e no mundo interno. Quando olhamos…
O Silêncio da Autodestruição
Há uma dor silenciosa que nasce quando o amor e o ódio se confundem. A intensidade da autocondenação, da autocrítica e da autopunição é a mesma força com que, um dia, quisemos ferir o outro. Na neurose obsessiva e na melancolia, o golpe que não pôde ser dado para fora retorna e fere o próprio coração. O sujeito se torna carrasco de si mesmo, punindo-se por sentimentos que…
Sombras Que Querem Luz
Onde há ansiedade, há desejos que permanecem ocultos, aprisionados nas profundezas do inconsciente. Mas não é a repressão que os cria é a ansiedade que nos leva a reprimir. Reprimimos para não nos sentirmos ansiosos, para fugir do que julgamos perigoso. A mente neurótica vê perigo onde não existe, e assim o desejo se esconde, esperando o momento de emergir com liberdade. Na realidade, esses desejos não ameaçam,…
A Dança do Melancólico: do Superego ao Eu Superior
O melancólico nasce com olhos voltados para dentro, como quem escuta o mundo pelo eco de sua própria mente. Desde cedo, aprende a caminhar em silêncio, a perceber sombras onde outros veem luz, a sentir profundamente o peso de cada emoção. Mas esse olhar sensível é também vulnerável: há um tirano invisível dentro dele, uma voz severa que julga cada gesto, cada pensamento, cada desejo. É o superego,…
A Revolta Silenciosa do Neurótico
Existe uma inquietação profunda no coração do neurótico. Uma resistência que a psicanálise identifica como recusa à castração simbólica — aquele corte necessário que nos separa do paraíso infantil e nos lança no mundo das regras, dos limites, da incompletude. O histérico e o obsessivo carregam essa marca: não aceitam plenamente que são incompletos, que precisam renunciar, que devem buscar fora o que não podem ter dentro. Mas…
O Preço Invisível da Civilização: Quando Progredir É Perder-se
Vivemos imersos em uma sociedade que nos apresenta um contrato aparentemente vantajoso: siga as regras, encaixe-se nos padrões, desenvolva habilidades intelectuais, torne-se especialista em algo, e em troca você terá sucesso, prosperidade, conforto material. Parece um bom negócio. Mas existe uma cláusula oculta nesse contrato, e ela está escrita com tinta invisível: você precisará renunciar a si mesmo. A vida civilizada nos transforma em seres predominantemente intelectualizados. Corremos…
Pais Que Acolhem, Filhos Que Florescem
Pais afetuosos oferecem aos filhos mais do que cuidados ou regras oferecem a chance de reviver experiências que eles mesmos gostariam de recordar. Eles carregam consigo a nostalgia do narcisismo primário, da época em que se sentiam livres, espontâneos, poderosos, importantes, especiais e perfeitos. Essa memória do ser completo e pleno faz com que desejem, através de seus filhos, tocar novamente essa sensação de valor, de amor e…
O Desapego da Vingança: Quando Não Agir é a Maior Sabedoria
Existe uma profunda verdade espiritual que muitas tradições milenares compartilham: não precisamos nos vingar daqueles que nos direcionam energias negativas. A inveja, a maldade ou o olhar destrutivo do outro são questões que pertencem exclusivamente a quem as emite. Quando compreendemos isso, libertamo-nos de um fardo que nunca foi nosso para carregar. A psicanálise nos ensina que a projeção é um mecanismo de defesa pelo qual atribuímos aos…












