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Paula Teshima

Paula Teshima, descendente de japoneses, nasceu em 1984. É Psicanalista, Psicoterapeuta Holística, Escritora e Especialista em Neuropsicanálise pela ABEN. Através dos estudos em Neurociência Afetiva e Espiritualidade, ofereço um caminho de autodescoberta e transformação, integrando Ciência, Psicanálise e Espiritualidade em uma abordagem holística e sem cunho religioso. Meu intuito é ajudar cada pessoa a acessar a raiz de seus conflitos, despertar sua Consciência e se reconectar com sua Essência Divina.

Não Se Perceber Doente Emocionalmente

Certas pessoas, diante de algum problema em suas vidas, recorrem à terapia para tentar solucionar suas questões. Elas podem acreditar que é apenas mais um problema a ser resolvido. Como nada acontece por acaso, sempre há um motivo para tudo existir em tal momento, em tal lugar ou com tal pessoa. Certas terapias, como a psicologia, podem realmente ajudar o paciente a lidar melhor com seus problemas, oferecendo dicas e sugestões a serem praticadas. Já, a terapia psicanalítica não costuma ter essa função educativa, mas ajudar o paciente a pensar, refletir e investigar a causa de seus problemas. Quando a causa é descoberta, reconhecida e elaborada, as consequências e os sintomas podem ser amenizadas ou totalmente eliminadas da vida do indivíduo. E…

Assim Perde Todos os Desejos

Sabemos que quanto mais reprimimos um desejo, mais utilizamos nossa energia para mantê-lo reprimido e, consequentemente, o cansaço pode nos chegar facilmente. A fonte da nossa energia em potencial, produzida no chacra sexual, está relacionada com a sexualidade e a criatividade. Se o indivíduo possui muita aversão à sexualidade e reprime tudo o que diz respeito a isso, acabará perdendo grande parte da sua energia para trabalhar, estudar, se divertir, ser criativo, etc, caso não utilize o recurso da sublimação. É provável que, pessoas ditas assexuais – não possuem desejos sexuais, estão reprimindo intensamente essa energia. E reprimem tão bem a ponto de seus desejos não retornarem como sintomas, porém, acabam perdendo todos os desejos. Por exemplo, se o sujeito reprimir seu…

Quando o neurótico obsessivo está próximo de, finalmente, concretizar o desejo que tanto ansiava, acaba se desmotivando e perdendo interesse de manifestá-lo. Ele só sente prazer enquanto o desejo está na sua mente. Na verdade, não quer realizar esse desejo justamente para que esse prazer, ao qual está apegado, não acabe.

Na neurose, o indivíduo evita satisfazer o desejo que tanto quer realizar, justamente para não acabar com esse desejo ao qual está tão apegado. Ele aprendeu a se satisfazer com a ideia do desejo, e não com sua realização. Isso pode ter ocorrido devido a intensa repressão na infância, onde a criança não podia manifestar livremente suas vontades.

Na neurose obsessiva, o indivíduo possui desejos que vão contra seus valores, ideais e princípios. Ele quer fazer algo, mas não se permite, ficando em cima do muro. Esse conflito lhe causa muitos sofrimentos, dúvidas e indecisões. Se sente aprisionado consigo mesmo, pelo fato de ter um superego muito rígido.

Na neurose obsessiva, o indivíduo quer muito realizar seus desejos, mas diz que não consegue, não pode ou não dá conta, porque se sente fraco, impotente, incapaz; se satisfazendo somente através das suas fantasias. Já, na histeria, seu discurso é totalmente oposto. A pessoa se sente forte e capaz, mas crê que existe algo externo que a priva do seu objeto de desejo, sentindo-se, portanto, eternamente insatisfeita.

Psicóticos não são recomendados para o método psicanalítico, porque não há o que interpretar. Não existe a transferência de uma fantasia inconsciente para o analista interpretar. Na psicose não existe repressão, então não há fantasias escondidas para serem transferidas. A realidade da pessoa já é a sua fantasia delirante. Diferentemente da neurose, onde existe a separação entre a fantasia e a realidade que não é permitida ser expressada.

Se você exclui totalmente, por exemplo, o impulso sádico, manipulador e agressivo, porque os enxerga somente como algo negativo e acredita que não devem existir na sua vida, você acaba atraindo pessoas que internalizaram essas energias, moderamente ou excessivamente, e praticam sem dó nem piedade pra cima de você. Tudo o que existe na Terra é bipolar, há o lado positivo e o lado negativo. Ao excluir esses impulsos, está excluindo também a parte positiva, se tornando uma pessoa fraca, submissa, doadora, sofredora, azarada… pois necessita se mostrar boazinha, simpática e agradável demais. Compreender e transcender essas necessidades se tornam alvos do trabalho psicanalítico.

Psicopatas não procuram tratamento psicanalítico ou nenhuma outra forma de terapia, porque eles sempre acham que estão certos, fizeram o que queriam, não sentem culpa nem arrependimento. Se creem que estão corretos, então são os outros que estão errados. Não é ele que precisa mudar. Então, permanecem fiéis às suas crenças e às suas escolhas. Quem procura terapia é o neurótico que está em conflito com seus desejos – uma parte quer realizá-los, e outra parte não. E é através dos seus sintomas que ele goza sem saber. O que ele precisa é, justamente, tomar consciência desses desejos para dar um direcionamento mais saudável, que não seja pela via dos sintomas.

Enquanto os desejos infantis (fantasias) ficarem reprimidos no inconsciente, continuarão guiando a vida do indivíduo sem que saiba como influenciá-los. Só podemos mudar o que reconhecemos e aceitamos. Caso contrário, poderá, por exemplo, fazer mal para o outro sem perceber, se fazendo de vítima, se desculpando toda hora, dizendo que fez sem querer e sem intenção maldosa. A pessoa não consegue perceber ou mudar, porque ela não está permitindo reconhecer o que guarda no seu inconsciente. O tratamento psicanalítico ajuda a transmutar e a direcionar esses desejos para algo mais saudável e edificante.