A Histérica Sente Seus Sintomas nos Corpos Sutis

Ela chega ao consultório médico com dores nas pernas. Faz todos os exames. Ressonância, raio-x, exames de sangue. Tudo normal. O médico diz que não há nada de errado. Mas ela continua sentindo. A dor está ali, real, incômoda, limitante. Então vem o diagnóstico: conversão histérica. E junto com ele, muitas vezes, a descrença — “está tudo na sua cabeça”.
A psicanálise clássica explica que a histérica perde contato com o corpo real e cria uma representação imaginária dele. A dor seria fruto de um conflito psíquico que se converte em sintoma físico. O corpo fala o que a mente não consegue dizer. Até aqui, faz sentido. Mas há uma peça que falta nesse quebra-cabeça.
E se a dor não for imaginária? E se ela for real, mas em outro nível de existência?
Quando olhamos o ser humano de forma integral — não apenas como um corpo físico, mas como um conjunto de camadas que se interpenetram —, a compreensão muda. Existe o corpo físico, sim, mas também existem corpos sutis: emocional, mental, espiritual. E entre o físico e os demais, há uma ponte chamada corpo etérico.
O corpo etérico é como um campo energético que envolve e permeia o corpo físico. Ele registra tudo antes que se manifeste na matéria densa. É ali que os desequilíbrios aparecem primeiro. Pessoas mais sensíveis — e muitas histéricas são extremamente sensíveis — conseguem sentir essas alterações antes que qualquer exame detecte algo. Elas não estão inventando. Estão captando sinais que a medicina tradicional ainda não tem instrumentos para medir.
Quando a histérica diz que sente dor nas pernas, ela está sentindo de verdade. Não no músculo, no osso ou no nervo físico, mas no corpo etérico. É uma dor real em uma camada sutil da existência. Se ignorada por tempo suficiente, essa perturbação pode se intensificar e, eventualmente, se materializar no corpo físico. Só então a medicina consegue ver: uma inflamação, uma lesão, uma doença.
Mas, até chegar a esse ponto, já passou muito tempo. O corpo gritou, mandou avisos, tentou chamar atenção. E ninguém escutou porque estava olhando apenas para o físico.
Integrar psicanálise e espiritualidade é justamente isso: ampliar o olhar. Reconhecer que o ser humano não é só carne e osso, mas também energia, emoção, espírito. Que os sintomas têm camadas. Que uma dor pode ser física, emocional, energética — ou tudo isso ao mesmo tempo.
Tratar a histeria apenas como “imaginação” é reduzir a experiência da pessoa. É invalidar algo que ela está, de fato, vivendo. Por outro lado, olhar para o corpo etérico, para os bloqueios energéticos, para as memórias emocionais presas no campo sutil, abre portas para uma cura mais profunda e completa.
A abordagem holística não nega a psicanálise. Ela a expande. Continua investigando o conflito psíquico, o trauma, o recalque. Mas também reconhece que esse conflito deixa marcas em níveis mais sutis, e que essas marcas precisam ser tratadas também.
Quando integramos ciência e espiritualidade, paramos de dividir o ser humano em pedaços. Paramos de tratar só o corpo ou só a mente. Começamos a ver a pessoa inteira — com suas dores visíveis e invisíveis, suas feridas físicas e energéticas, suas necessidades materiais e espirituais.
E é exatamente nessa integração que a verdadeira cura acontece. Porque ela não está em negar o que sentimos, mas em compreender todas as camadas do que somos.
Paula Teshima


