Pais afetuosos oferecem aos filhos
mais do que cuidados ou regras
oferecem a chance de reviver experiências
que eles mesmos gostariam de recordar.
Eles carregam consigo a nostalgia
do narcisismo primário,
da época em que se sentiam livres, espontâneos,
poderosos, importantes, especiais e perfeitos.
Essa memória do ser completo e pleno
faz com que desejem, através de seus filhos,
tocar novamente essa sensação de valor, de amor e de existência intensa.
Porém, pais que não tiveram acesso a essa vivência inicial
tendem a educar sem calor, sem afeto,
sem limites claros ou demonstrações de amor profundo.
E então, como a criança poderá sentir-se amada,
valorizada, única e especial,
se foi tratada como algo comum, indistinto,
como se seu ser não tivesse singularidade?
Como poderá compreender seu valor,
se ninguém lhe disse explicitamente:
“Você é importante. Você é amado. Você é especial para nós”?
O amor recebido na infância não é apenas carinho
é o alicerce de tudo o que a criança se tornará,
é a semente que brota em confiança, autoestima e pertencimento.
Pais afetuosos não apenas ensinam
eles abrem portas para que o filho sinta sua própria grandeza,
sua dignidade, seu direito de existir plenamente.
E é nesse espaço de acolhimento, respeito e cuidado,
que o ser humano aprende que ser amado não é privilégio,
mas é o seu direito mais fundamental.
Paula Teshima