Não Se Perceber Doente Emocionalmente
Certas pessoas, diante de algum problema em suas vidas, recorrem à terapia para tentar solucionar suas questões. Elas podem acreditar que é apenas mais um problema a ser resolvido. Como nada acontece por acaso, sempre há um motivo para tudo existir em tal momento, em tal lugar ou com tal pessoa.
Certas terapias, como a psicologia, podem realmente ajudar o paciente a lidar melhor com seus problemas, oferecendo dicas e sugestões a serem praticadas. Já, a terapia psicanalítica não costuma ter essa função educativa, mas ajudar o paciente a pensar, refletir e investigar a causa de seus problemas. Quando a causa é descoberta, reconhecida e elaborada, as consequências e os sintomas podem ser amenizadas ou totalmente eliminadas da vida do indivíduo. E isso acontecerá de uma maneira muito menos sofredora, sem ter que ficar forçando uma mudança comportamental ou aprendendo maneiras de evitar cair nas tentações.
A pessoa que busca a terapia psicanalítica poderá não apenas resolver sua queixa principal, mas enxergar outros aspectos de si que estavam ocultos e adormecidos. Coisas que a pessoa não tinha coragem ou recursos suficientes para enfrentá-las. O inconsciente só nos mostra aquilo que já temos condições de lidar. Se tal dor ou ferida veio à tona neste momento, significa que o indivíduo já está apto a superá-lo e seguir para uma nova fase em sua vida. Entretanto, isso não quer dizer que será uma questão fácil de ser resolvida. Poderá necessitar buscar estudos e informações, tornando-se uma pessoa autodidata, ou recorrer a um profissional especializado.
Note que, as sessões de psicanálise, já são, por si só, o tratamento que a paciente necessita para melhorar sua vida. Através da própria fala, do desabafo, da autorreflexão, do contato com seus sentimentos e emoções… podem conduzi-la ao caminho que solucionará diversas questões que ficaram pendentes.
Alguns pacientes não se percebem adoecidos emocionalmente e acreditam que isso está relacionado às suas crenças, ilusões ou hábitos aprendidos de forma equivocada. Costumam achar que basta aprender a lidar com o que está na superfície, ou seja, mudar o que está sendo manifestado fisicamente. Geralmente, isso acontece quando o indivíduo não está conseguindo enxergar suas próprias ações repetitivas. Não percebe que vive repetindo o mesmo jeito de falar, agir, pensar e se comportar, diante de variados cenários. Nada irá mudar se a raiz não for mudada. Aquilo que é visível ou fácil de detectar está revelando, disfarçadamente, o que o indivíduo não quer reconhecer.
Paula Teshima
